SEXOMANIA VOCÊ SABE O QUE E?
Sexomnia transtorno do sono
Por Conceicao Costa, em Psiquiatria.
Querer fazer sexo durante o sono é um transtorno pouco conhecido dos psiquiatras denominado sexomnia. Estudos epidemiológicos mostram que o número de casos dessa doença podem crescer porque o período do sono
da população está diminuindo, fator esse que contribui para o
distúrbio. Além disso, a fragmentação do sono – cuja causa principal é a apneia,
que obstrui parcial ou totalmente as vias aéreas (só em São Paulo
atinge 32,9% da população) – é outro fator do comportamento alterado do
sono. Predisposição genética, estresse, ansiedade e uso de drogas, principalmente álcool, são os outros fatores que levam à sexomnia.
Pesquisas brasileiras e
internacionais que foram apresentadas este mês no 3º Congresso
Internacional de Medicina do Sono, em São Paulo, mostram que a sexomnia
afeta homens e mulheres na faixa etária dos 30 anos. No Brasil, os
médicos já acompanharam quase 40 casos. Por enquanto, não existe
estimativa na população e os primeiros relatos em literatura médica
sugerindo essa forma de parassomia (movimentos anormais durante o sono) são de 1996, por pesquisadores canadense.
Os médicos
dizem que a sexomnia não deve ser confundida com um ato sexual
consentido entre os parceiros. Eles dizem que em 100% dos casos a pessoa
com sexomnia não se lembra do que fez. Os epsódios ocorrem com
frequência. Um dos exames para o diagnóstico é a polissonografia, além da história clínica e da investigação de sonambulismo. No comportamento sexual alterado durante o sono
há situações em que a pessoa sofre de sexomnia e se masturba de forma
tão intensa durante o sono que acaba se ferindo. Algumas mulheres contam
que o marido sempre é carinhoso na relação sexual normal e fica
agressivo num epsódio de sexomnia, o que traz problemas conjugais.
Durante o congresso forama relatadas também histórias de pais que tentam
molestar ou abusar das próprias filhas.
No Reino Unido e no Canadá já ocorreram
situações em que homens acusados de estupro foram absolvidos porque
alegaram ter praticado o assédio sexual por causa da parassonia. Porém, o
pesquisador do Centro de Sono do Hospital das Clínicas da USP, Flávio Aloé, aconselha que é preciso tomar cuidados nessas avaliações antes de inocentar criminosos comuns. O transtorno tem tratamento, mas como a pessoa que apresenta o problema tem amnésia e se sente constrangida de falar sobre o assunto, ainda são poucas que procuram ajuda de especialistas em sono. No tratamento são usadas drogas sedativas e outras, como antidepressivos, de acordo com a gravidade do problema.
Comentários