TRANSTORNO PSICOLÓGICOS EM CRIANÇAS. (PARTE 2)

Para muitos pais, a simples menção à palavra psiquiatra causa arrepios. Mas, apesar de todo o preconceito que envolve os transtornos mentais, diagnosticá-los ainda na idade pré-escolar e tratá-los com a orientação de um bom profissional é fundamental para evitar problemas mais sérios no futuro

por Camila Carvas
fotos Gustavo Arrais

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Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade
Mais conhecido como TDAH, é baseado na tríade desatenção, inquietação e impulsividade. Como se espera que toda criança seja, por assim dizer, um pouco peralta, o que distingue o problema de uma reles travessura são os prejuízos que ele provoca. “Quando a criança é mais desatenta do que o restante da turma, e essa situação é persistente, o melhor é procurar um médico”, explica o psiquiatra Enio Andrade, do Ambulatório de TDAH do Hospital das Clínicas de São Paulo. E ser impulsivo, nesse caso, signifi ca não saber esperar a vez, falar sem pensar, atravessar a rua sem olhar para os lados ou não conseguir guardar um segredo, entre outros sintomas.

Transtornos de ansiedade Pânico, fobias e compulsão obsessiva são apenas algumas das subdivisões da ansiedade. Mas todas estão relacionadas ao medo de problemas futuros. Na infância, o transtorno da ansiedade mais comum é o da separação. “A criança sofre muito cada vez que os pais dão a entender que vão sair”, conta Bernard Rangé, professor do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. O pequeno fica apreensivo com o que pode acontecer com o pai e a mãe e, consequentemente, com ele. No caso de TOC, sigla para transtorno obsessivo-compulsivo, o garoto repete uma ação várias vezes e tem ideia fixa por simetria. Em ambos os casos, a terapia cognitiva comportamental ajuda a entender o que causa a perturbação.

Transtornos globais do desenvolvimento
O autismo é uma da formas, e provavelmente a mais conhecida, dos chamados TGD. “Ele é caracterizado por falta de interação social, a criança tende a se isolar. Há atraso e disfunção das habilidades de comunicação e um repertório limitado de atividades e interesses”, explica Ana Margareth Bassols, chefe do Serviço de Psiquiatria da Infância e da Adolescência do Hospital das Clínicas de Porto Alegre. O pequeno em geral gosta de fazer sempre os mesmos programas e assume um comportamento que às vezes parece com o de crianças mais novas.

Os motivos ainda não são conhecidos, mas sabe-se que o autismo afeta de três a cinco vezes mais meninos do que meninas. A observação atenta do desenvolvimento da criança por parte da família, escola e pediatra ajuda bastante na identificação precoce do problema. “Um de seus primeiros sinais é a aversão ao colo”, conta a médica. O bebê autista costuma ser agitado. Brincadeiras muito repetitivas, aversão ao olhar — eles tendem a não olhar o outro enquanto falam — e à aproximação de outras pessoas, que eles parecem nem sequer ouvir, também sinalizam um possível autismo. Não à toa, durante o tratamento procura-se estimular na criança seu lado mais comunicativo e sociável.

O importante é que os pais se lembrem de que, quando se cogita um transtorno mental, fala-se de algo mais grave e já instalado. Em bom português, trata-se de uma situação que requer o acompanhamento de profissionais qualificados para que o diagnóstico e a indicação de um método terapêutico sejam adequados. “Investir em tratamentos sem comprovação cientifica pode retardar a melhora da criança”, pondera Ivete Datar. E isso significa perda de tempo. Um tempo bem precioso, diga-se de passagem.
 

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