ELETROCONVULSOTERAPIA.AJUDA NO TRATAMENTO DE RISCO DE SUICIDIO E OUTRAS ENFERMIDADES

Eletroconvulsoterapia

Escrito por Dr. Rafael Bernardon. Posted in Uncategorised
Introdução



Historicamente, a convulsoterapia (ECT), surge como tratamento em pacientes
psiquiátricos em 1934 pelo médico húngaro Ladislas Joseph Von Meduna, com
a da infusão de fármacos como cânfora e pentilenotetrazol. Em 1937, os italianos
Lucio Bini e Ugo Cerletti desenvolveram os métodos de eletroconvulsoterapia, não
sendo necessário utilizar drogas excitantes do sistema nervoso central. Foi considerada
pelos seus pioneiros, como o Prof. Max Fink de Nova Iorque, "a penicilina da Psiquiatria". Ao
longo dos anos, a ECT desenvolveu-se tanto na técnica como na sistematização nestes 70
anos de história.
O uso de modernos aparelhos que operam a pulsos breves e ultrabreves permite
o ajuste do estimulo elétrico aplicado a cada paciente, com a mesma eficácia.
A anestesia tornou-se obrigatória, com fármaco de curta duração e manuseio
controlado, promovendo inconsciência no período pré-convulsivo, assim
como relaxamento muscular parcial, evitando fraturas e dores musculares.
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Aparelho Thymatron IV
Indicações

• Transtornos afetivos graves (RISCO DE SUICÍDIO)
• Catatonia
• Impossibilidade ou intolerância ao uso de medicamentos (Gestação e pacientes idosos)
• Pós síndrome neuroléptica maligna
• Risco de suicídio
• Psicoses refratárias
• Boa resposta prévia a ECT
• Parkinson
• Casos refratários em geral

Segurança

A eletroconvulsoterapia é método bastante seguro se respeitadas todas as etapas na triagem clínica e realizada de maneira adequada. para se ter uma idéra, a taxa de complicações graves no serviço do Instituto de Psiquiatria é desprezível. Recordo-me de alguns casos que necessitaram de suporte clínico - não mais que 5 - sem óbitos. As estatísticas americanas apontam para 1 caso de complicação para cada 100.000 aplicações, taxa idêndica à das cirurgias ambulatoriais, como colocação de silicone nas mamas ou uma lipoaspiração.  Os principais efeitos adversos que podem ocorrer no pós-ictal imediato são: dismnésia, confusão (delirium), cefaléia, náuseas e pico hipertesivo, todos passíveis de tratamento medicamentoso. A amnésia lacunar é comum. Tardiamente, nenhum estudo neuropsicológico ou anátomo-patológico demonstra dano permanente6.
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Aparelho MECTA Spectrum e monitores


Regulamentação
É referendado pela resolução 1640/2002 do CFM:
“Art.1º - A eletroconvulsoterapia (ECT), como método terapêutico eficaz, seguro, internacionalmente reconhecido e aceito, deve ser realizada em ambiente hospitalar.
Art. 2º - ... eletroconvulsoterapia é um ato médico...
Art. 3º - O consentimento informado deverá ser obtido do paciente, por escrito, antes do início do tratamento.
Parágrafo primeiro - Nas situações em que o paciente não apresentar condições mentais e/ou etárias necessárias para fornecer o consentimento informado, este poderá ser obtido junto aos familiares ou responsáveis pelo mesmo.
Parágrafo segundo - Nas situações em que não houver possibilidade de se obter o consentimento informado junto ao paciente, sua família ou responsável, o médico que indicar e/ou realizar o procedimento tornar-se-á responsável pelo mesmo, devendo reportar-se ao diretor técnico da instituição e registrar o procedimento no prontuário médico.
Art. 5º - A avaliação do estado clínico do paciente antes da eletroconvulsoterapia é obrigatória ....
Art 6º - A eletroconvulsoterapia só poderá ser realizada sob procedimento anestésico seguindo as orientações constantes na Resolução CFM nº 1.363/93.
Art. 7º - O tratamento só poderá ser realizado em local que assegure a privacidade.
Art. 8º - Os aparelhos de ECT a serem utilizados deverão ser, preferencialmente, máquinas de corrente de pulsos breves e com dispositivo de ajuste da corrente.
Art. 9º - A eletroconvulsoterapia tem indicações precisas e específicas, não se tratando, por conseguinte, de terapêutica de exceção.
Parágrafo primeiro - Suas principais indicações são: depressão maior unipolar e bipolar; mania (em especial, episódios mistos e psicóticos); certas formas de esquizofrenia (em particular, a forma catatônica), certas formas agudas e produtivas resistentes aos neurolépticos atuais; transtorno esquizoafetivo; certas condições mentais secundárias às condições clínicas (estados confusionais e catatônicos secundários aa doenças tóxicas e metabólicas); certas formas de doença de Parkinson; pacientes que apresentam impossibilidade do uso de terapêutica psicofarmacológica.
Parágrafo segundo – O uso da eletroconvulsoterapia em crianças e adolescentes até 16 anos deverá ser evitado, salvo em condições excepcionais.”
A ECT também encontra respaldo no âmbito do CRM-SP, como mostra o texto da consulta nº 118.723/04. Portanto, trata-se de procedimento médico reconhecido nacional e internacionalmente como uma opção terapêutica em psiquiatria4,5,6.

Avaliação inicial do paciente (pré-ECT)



a. Eletrocardiograma;
b. Raio-x de tórax PA e perfil;
c. Exame de imagem cerebral, preferencialmente Ressonância Magnética, podendo ser substituída por Tomografia de crânio (6 meses de validade);
d. Exames Laboratoriais: hemograma completo; dosagem de sódio e potássio; glicemia; uréia; creatinina; Coagulograma, enzimas hepáticas (TGO, TGP, FA, GGT), TSH/T4 livre;
e. Avaliação odontológica;
f. Avaliação clínica pré-anestésica;
g. Assinatura de Termo de Consentimento Informado pelo paciente ou seu responsável.

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MECTA SPECTRUM
Cuidados
- Suspender uso de lítio;
- Diminuir ao máximo as doses de anticonvulsivantes e benzodiazepínicos;
- Informar à equipe do serviço de ECT todos os medicamentos que estão em uso;
- Em caso de uso de IMAO (Tranilcipromina/Parnate), cuidado redobrado na necessidade de informar todos os médicos (psiquiatra e anestesista);
- Retirar próteses dentárias; 
- Vir acompanhado 

 contra-indicações:
- Absolutas: processos expansivos intra-cerebrais, coagulopatias, AVC ou IAM recentes, ICC ou HAS descompensada .

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