COMO VENCER O MEDO.
Técnica para vencer o medo
Técnica
contra o medo
O medo é um sinal de alerta para que nosso
corpo produza reações bioquímicas e comportamentais diante de uma situação de
perigo. Ele nos deixa rapidamente aptos para fugir ou lutar. Dessa forma o medo
é algo realmente muito bom, o problema é quando essas reações são
demasiadamente intensas ou desnecessárias, deixando o individuo constantemente
em alerta ou ansioso.
O medo patológico torna quem sofre com ele
um verdadeiro refém, impossibilitado de viver e o fazendo vítima da vergonha de
possuir esse medo. Pretendo nesse artigo ensinar o método dos 6 pontos
desenvolvido pelo Dr. Manuel Zane, cuja a finalidade é curar o medo patológico.
Apesar de simples esse processo não é fácil, vai requerer coragem e dependendo
do caso, também irá requerer o apoio de alguém (de preferência um psicólogo).
Vamos aos 6 pontos.
1. Não
resista ao medo:
Como já
mencionei, o medo é algo inerente ao nosso corpo, a nossa biologia, e no caso
de quem possui medo patológico (fóbico) as sinapses do cérebro já estão
predisposta a reações de medo. Considere também que após um longo período
sentindo medo de alguma coisa o indivíduo fica condicionado a sentir
automaticamente essa emoção. Por isso, tentar resistir ao surgimento do medo é
inútil e faz com que você fique mais ansioso gerando mais sintomas somáticos
como taquicardia, falta de ar, sensação de desmaio, sudorese, dores nas costas
entre outros.
O que fazer? Reconheça esse sentimento e permita-se senti-lo, não resista e não se sinta
envergonhado. Todo mundo sente medo e você não é diferente, só tem um pouco
mais dele que os outros. Fale a si mesmo mentalmente:“estou sentindo medo
agora. E daí?”.
2. Não reaja
ao medo:
Sendo o medo
um sinal de alerta a um perigo eminente é natural que ao senti-lo você comece a
se preparar para fugir ao reagir a ele. Mas se você tomar alguma atitude
desesperada ou fugir agora irá fazer isso sempre. Quanto mais desconhecemos
alguma coisa é maior a nossa tendência a temer essa coisa, seja o objeto de temor
ou o próprio temor.
O que fazer? Ao invés de obedecer ao sinal de alerta e tentar escapar (o que
fortalece os sintomas do problema) permaneça diante da coisa que lhe deixa
amedrontado. Observe atentamente o que lhe causa medo, assim como o próprio
medo. Apesar de ser muito difícil realizar esse ato (por isso sugeri que alguém
lhe ajuda-se) o processo vai ajudá-lo a compreender o seu medo e provar para
você mesmo que é mais forte que ele.
Sugiro que
aumente gradativamente o tempo de permanência diante do que lhe deixa
atemorizado.
3. Mantenha
a atenção no presente:
O medo está
sempre situado futuro, no que pode acontecer e nunca no que está acontecendo. O
fóbico tende a ter pensamentos catastróficos sobre o que ocasionalmente poderia
acontecer diante de tal situação. Por exemplo: alguém com medo de balões de
festas (globofobia) pode acreditar que o dito balão pode estourar causando um
barulho incomodo e que os “estilhaços” gerados por esse estouro podem lhe
atingir. Perceba que o medo está em uma das possibilidades do futuro, existem
muitas outras, a mais provável é que o balão murche com o tempo, mas o fóbico
só se concentra na pior hipótese.
O que fazer:
mantenha a sua atenção voltada ao que você está fazendo. Se for o caso tente
descrever o objeto de temor: que tamanho tem? Qual é a cor? Qual o formato?
Seja o mais detalhista possível.
Uma amiga de
trabalho me revelou que venceu o seu medo de coisas relacionadas à morte
(necrofobia) indo visitar velórios e necrotérios, “no começo eu ficava
apavorada, mas depois o medo foi ficando mais fraco até que desapareceu” me
disse ela. Mesmo sem conhecer esse método ela seguiu esse ponto com presteza.
4.
Classifique o nível do seu medo:
Crie uma
escala de 0 a 10 para as suas crises: sendo que o 10 é o estado onde você está
totalmente tomado pelo terror (pânico) e o 0 o estado em que você está
relaxado. Tomando por base estes dois pontos crie os níveis intermediários. Ao
sentir que está sendo tomado pelo medo classifique o seu estado dentro dessa
escala e faça o mesmo se sentir que ele está aumentando ou diminuindo. Procure
entender o que foi que motivou esse aumento ou diminuição do nível de medo, (o
que aconteceu? O que você pensou?), isso irá te ajudar a compreender como surge
e o que agrava as suas crises.
5. Não deixe
de fazer o que está fazendo:
Ao se
deparar com o que se teme a reação natural do fóbico e tentar fugir ou reagir
ao objeto de temor. Por exemplo, se alguém que tem fobia de abelhas
(mellissofobia) estiver lavando louça ou realizando qualquer ou tarefa e uma
abelha entrar no ambiente é provável que essa pessoa pare imediatamente o que
está fazendo e saia do recinto ou tente desesperadamente matar o dito inseto.
Se não houver ameaça real (como a abelha tentar posar em você sendo você
alérgico) essa é uma excelente oportunidade de treinar o controle do medo.
O que fazer?
Mantenha a sua atenção no que está fazendo, isso vai te ajudar a continuar
funcionando mesmo com medo ou ansiedade (mesmo nos casos de síndrome do
pânico).
6. Permita
que o medo reapareça:
Até aprender
a controlar totalmente o seu medo você irá passar por altos e baixos, por isso
é necessário sempre rever e seguir os passos anteriores. Não se preocupe com os
“fracassos” eles são apenas oportunidades de se aprender mais. Persista sempre
e você vai vencer.
Para
aprender mais sobre o método de pontos do Dr. Manuel Zane, leia o livro
“vencendo o Medo” de Jerilyn Ross, nesse livro além da técnica de 6 Pontos
(primorosamente descrita) você encontra outras técnicas auxiliares e relatos de
pessoas que conseguiram vencer seus medos.
Bibliografia
Ross,
Jerilyn. Vencendo o Medo: um livro para pessoas com distúrbios de ansiedade,
pânico e fobias. São Paulo: Ágora, 1995.
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